A comunidade internacional mobiliza fundos para a resposta humanitária no Sudão em evento de doadores que acontece nesta segunda-feira, em Paris. A reunião coincide com a data marcando o primeiro ano após o início do conflito.
A Conferência Humanitária Internacional sobre o Sudão e nações vizinhas é coorganizada pela Comissão Europeia, França e Alemanha. A meta é financiar ações de ajuda cobertas apenas em 6% dos US$ 2,7 bilhões necessários para 2024.
Cerca de 15 mil pessoas já morreram e acima de 8 milhões de civis fugiram do Sudão. A situação é marcada por bloqueios de ajuda e atrocidades crescentes atribuídas ao Exército e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido, RSF.
O nível de resposta internacional é considerado “lamentável” pelo chefe humanitário no país, Justin Brady. Ele disse que o plano de prevenção da fome é a prioridade número um da lista incluindo necessidades de nutrição, saúde, água e saneamento.
A situação infantil é preocupante por haver 1 milhão de crianças afetadas pela desnutrição grave. No nível da educação, cerca de 19 milhões delas estão fora da escola.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, estima que 24 milhões de menores foram expostos a confrontos.
No meio das “necessidades incrivelmente altas” a ONU fala de proteção. Graves violações dos direitos humanos impactam crianças e a escalada de episódios de violência sexual e de gênero realça “ atos usados como tática de guerra”.
A agência revelou haver 6,7 milhões de pessoas necessitando de proteção contra a violência baseada no gênero como parte da crise que “plantou terror em pessoas que quase não podem recorrer a serviços de saúde, apoio ou justiça”.
O Programa Mundial de Alimentação, PMA, ofereceu assistência em comida e meios de nutrição a mais de 6 milhões de pessoas em 2023. Apesar disso, a agência alerta sobre áreas ainda fora do alcance das organizações humanitárias.
Somente uma em cada 10 situações de fome é respondida em áreas regularmente acessíveis à agência. Outras 90% das vítimas estão isoladas em focos de conflito, como Cartum, Cordofão e em estados como Darfur e Al Jazira.