Os efeitos da crise climática no norte de Moçambique sobre a insegurança na região estão preocupando a Agência da ONU para Refugiados, Acnur.
Na província de Cabo Delgado, que vive um conflito entre movimentos armados não-estatais e tropas do governo, sobem os níveis de violência, incluindo violência de gênero,
Para mitigar o problema, o Acnur em parceria com o governo realiza uma série de ações para assistência jurídica e material das pessoas afetadas, geralmente deslocados pelo conflito e pelos desastres naturais.
Grainne O’Hara, diretora da Divisão de Proteção Internacional do Acnur afirma que o impacto da crise climática continua visível em Moçambique. Ela citou a vulnerabilidade e o deslocamento que têm dificultado a vida dos refugiados, deslocados internos e comunidades anfitriãs.
O’Hara contou que a violência arruinou a vida de cerca de 783 mil pessoas na província de Cabo Delgado. Com os combates, o trabalho humanitário também fica prejudicado.
Ali, 6 mil pessoas estão deslocadas após o ressurgimento do conflito também na província de Niassa, no norte de Moçambique.
Devido à localização geográfica, país tem sido afetado por tempestades tropicais e ciclones ao longo da costa.
O ciclone tropical Gombe, em 11 de março, afetou mais de 736 mil pessoas, incluindo deslocados internos e refugiados no assentamento de Maratane, onde 80% dos abrigos foram danificados e mais de 27 mil refugiados e membros da comunidade anfitriã precisam de assistência urgente.
O Acnur está reforçando a preparação para emergências e resposta a eventos climáticos extremos como parte de seu apoio ao país.
De Maputo para ONU News, Ouri Pota